Notação: correspondenciaocruzeiro.09
Data: 11 de janeiro de 1955
Título: Carta de Skyar para João Martins (p. 5)
Legenda: Quinta página da carta de Skyar, de São Paulo (SP), para o repórter João Martins, da revista O Cruzeiro.
Acervo: Paulo Henrique Baraky Werner
Procedência: Aquisição de Renato Ribeiro (http://loja.philatelia.com.br)
Digitalização: Paulo Henrique Baraky Werner, 3 de agosto de 2023
Dimensões: 2455 x 3482 pixels
Tamanho: 7,18 MB
Formato: JPG
Crédito: Revista OVNI Pesquisa
Publicado em:
Observações: Lê-se: “te aos inimigos da humanidade — corrupção, ambição, vícios, — que pagam em ouro pelo desleixo das coisas pátrias, ipso facto, sagradas?… deixando à mostra que um ataque à Capital Federal — e qualquer um poderá verificar isso — de surpresa, levará com a explosão de um suficiente petardo atômico a cabeça do corpo, do povo brasileiro… pondo-o à mercê de qualquer inimigo?… Meu caro repórter João Martins, os tempos são outros, as guerras seno d’oravante muito rápidas, e os tratados não passam de farrapos de papel, que estão já caducos e amarelecidos pelo tempo… Os aviões voam muito rápido e o som já fica para trás… É necessário que se alerte os responsáveis pela nossa soberania, que se lhes chame a atenção para a realidade da época, para que o Brasil não fique na estagnação ou no caos… As armas são mais potentes, principalmente aquelas que são empregadas tática e estrategicamente, para surpreender e logo destruir… O perigo está em toda a parte e precisamos estar preparados. Como você mesmo o diz, João Martins, estamos na iminência de ver alguma coisa, que está para acontecer… Usemos a razão e não desprezemos a verdade dos fatos, tomando precauções sinceras, objetivas, visando senão, a sobrevivência da espécie humana, pelo menos a sobrevivência do povo de nossa terra, porquanto esta é um dos pontos vitais da segurança do grande país norte-americano, e poderá ser visado primeiro, ou ao mesmo tempo… Pelos seus artigos, pelo que poderá fazer, com heroísmo, mostre a impraticabilidade da defesa ou de qualquer defesa de nossa pátria, e mesmo que tenhamos uma força armada poderosa, não temos onde fazer a devida defesa, onde assegurar a continuidade de uma luta nos tempos que passam… Prezado patrício, alerte, fazendo destas palavras, suas, este povo e o governo que temos, para que haja uma união verdadeira e objetivada, como já disse, pela causa comum de sobrevivência, fazendo uma campanha justa, nobre, falando sério, desejando mesmo e sinceramente, que as lutas entre classes cessem dentro deste pais que passará a trabalhar para uma sólida defesa, para um fim justificável que não sejam a fama e a ambição do ouro… Com o que poder fazer em favor dos nossos humildes irmãos, terá muito mais razão do que correr atrás de um ‘mistério’ que aparece e desaparece no firmamento… sejamos mais racionais e mais reais do que a própria realeza, nesta emergência, assim como o fizeram em seu tempo os grandes de nossa história pátria, no permitindo que o Brasil se afunde na discórdia e se entregue ao inimigo sem lutar. vamos fazer dessa luta, o trabalho que fará este país mais grandioso ainda, pois, é mister que abandonemos tudo para pensar nele, e não em nós somente. Aqui e assim, desse modo, está a virtude, e a razão de tudo… Depois de haver mostrado um pouco do que é necessário fazer, deixo aos cuidados do repórter admirável que é João Martins, e toda a plêiade que trabalha para a semanal revista O Cruzeiro, a imperativa tarefa de fazer aquilo mesmo que é necessário e urgente, antes que desfaleçamos diante das crises sociais e econômicas, físicas e morais… E, agora, chega de atormentar o repórter amigo da verdade. Vou ficando por aqui, no incógnito, esperando que brote alguma centelha nesse irrequieto e ativo cérebro, que diga o quanto e como foi recebida a ideia lançada nestas linhas para proveito de todos aqueles que se acham no dever de alertar, orientar, e dar ciência… aos leitores dignos de aí mesmos, e que se consideram bons brasileiros quando dormem a bem dormir… desejando-lhe uma feliz conclusa à reportagem seriada que vai empolgando as massas ávidas de novidades e de saber o que é o chamado “disco voador”, d’onde vem, se de Marte ou Vênus… atenciosamente, subscreve-se o leitor assíduo que é , Skyar, São Paulo, 11 de Janeiro de 1955.”
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