Notação: soares.04
Data: 18 de setembro de 1995
Título: Segunda carta do Cap Av Diógenes Camargo Soares a Cláudio Tsuyoshi Suenaga (p. 3)
Legenda: Segunda carta do capitão-aviador Diógenes Camargo Soares a Cláudio Tsuyoshi Suenaga (1971), na qual explica a teoria radar, afirma que o único órgão, no Brasil, responsável pela investigação de objetos não identificados é o Núcleo do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Nucomdabra) e reitera que o Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Espaço Aéreo (Cindacta II), em Curitiba (PR), não detém informações relativas ao assunto.
Acervo: Cláudio Tsuyoshi Suenaga
Fotógrafo: Cláudio Tsuyoshi Suenaga (1971)
Procedência: Remessa de Diógenes Camargo Soares
Digitalização: Cláudio Tsuyoshi Suenaga (1971)
Dimensões: 2452 x 3507 pixels
Tamanho: 4,37 MB
Formato: JPG
Crédito: Revista OVNI Pesquisa
Publicado em: Inédito.
Observações: Lê-se: “nas grandes tempestades. Hoje em dia, usa-se a polarização helicoidal que produz o efeito de o radar não mais ser afetado pelos níveis de energia que as chuvas deixavam, pois agora elas são envolvidas e o retorno radar fica ausente desse ruído. Contribuindo um pouco com mais esclarecimentos e, mostrando como é difícil se trabalhar com esse tipo de linguagem técnica, como o Sr. disse em sua carta a Torre de São José dos Campos, como nenhuma outra torre no Brasil, possui radar de controle de espaço aéreo. A jurisdição das torres limita-se ao alcance visual. Ainda que houvesse um radar, como é o caso dos Controles de Terminais, não se concebe visualizar a luz via radar, porque não faz, esse fenômeno físico, parte do espectro eletromagnético, mas do espectro óptico (estamos falando de energia) e portanto, não sensibiliza a antena radar. Sem querer polemizar ainda mais o assunto e, levando em conta que meu intuito é o de demonstrar como é difícil se falar de fenômenos físicos de elevada complexidade técnica e que, não invariavelmente, ultrapassam os limites dos nossos conhecimentos, passo a responder os quesitos formulados por V. Sa. Por óbvio que conheço os episódios protagonizados pela própria Força Aérea até porque sou piloto de caça e servi oito anos como tal, conhecendo bem de perto as missões aludidas, entretanto, o que discuto é que até hoje, nada de concreto se obteve a respeito dos casos. Algo de diferente aconteceu, mas que conclusões foram alcançadas? A verdade é que, em nenhum lugar do Mundo Civilizado de hoje se conhece resposta para tais fenômenos. É preciso pesquisar a verdade, mas também é fato que se necessita de recursos de alta monta e o nosso país vive agonias ainda maiores do que a incerteza de sermos visitados qualquer hora por seres desconhecidos. Também por óbvio, que não posso e nem tenho condições para falar em nome do Governo Brasileiro sobre o assunto. Sobre a relação NUCONDABRA e os CINDACTA’s, o que de fato existe é que estes últimos são responsáveis pelas ações de defesa aérea, as quais são supervisionadas pelo CODA (Comando de Operações de Defesa Aérea). Se por acaso, como disse, for detectado qualquer fenômeno no Sistema de detecção radar, aquele Núcleo será avisado quando então passará a determinar o que deve ser feito a respeito. Nós somos apenas órgãos executores e não detemos o poder de decisão. Ainda que julgue a minha opinião sobre o assunto, apenas uma a mais, gostaria de dizer que acredito ser possível alguma forma de civilização e vida diferentes da nossa, haja vista a infinidade do cosmos. Mas o que preciso deixar claro, é que o nosso serviço, que é prestado vinte e quatro horas, trezentos e sessenta e cinco dias ao ano, está voltado diretamente para a segurança das pessoas que utilizam os céus como meio de transporte e o desejam sempre seguro. Para nós é muito importante que não haja erro no controle do espaço aéreo, pois se houver, ele poderá custar muitas vidas, já que os aviões de hoje transportam, em media, mais de duzentas pessoas por voo. Aqui no CINDACTA II, nós controlamos 800 (oitocentos) voos por dia, num espaço aéreo de mais de um milhão e meio de quilômetros quadrados de área. Frente a esta responsabilidade, sentimo-nos cumpridores do nosso dever, quando vemos que, em mais de dez anos de funcionamento, não houve nenhum acidente de tráfego aéreo, por falta de um sistema de controle de radares ou ineficiências de nossos operadores. Como o Sr. já sabe, o único órgão no Brasil responsável sobre a investigação de objetos não identificados é o NUCOMDABRA e, fora ele, nenhum outro órgão terá condições e ajudá-lo no assunto.”
Referência bibliográfica: SUENAGA, Cláudio Tsuyoshi. “Os 25 anos da onda de óvnis que sacudiu Assis”, Revista ALPHA. São Paulo: 4º ano, nº 13, 2021, p. 8-24.
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